sexta-feira, 27 de julho de 2012

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge

7/27/2012 09:35:00 PM |

Alguns filmes ficarão marcados na eternidade e Christopher Nolan pode dizer que seu nome acaba de ser colocado junto a grandiosos patamares da indústria do cinema. Se já havia feito dois excelentes filmes anteriores da trilogia, com "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" ele dirige um roteiro escrito a 6 mãos de forma brilhante e impecável, podendo ser engrandecido mais ainda com todos elementos possíveis de serem colocados num grande filme, tais quais uma trilha sonora arrasadora, atuações convincentes e perfeitas e efeitos visuais dosados na mesma quantidade de dramaticidade que o filme necessitava.

O filme nos mostra que Batman é perseguido pela lei depois de ser acusado de ter assassinado do promotor Harvey Dent. A busca, liderada por seu amigo Comissário Gordon, não chega a lugar algum, mas obriga o herói a abandonar sua identidade secreta. Em meio à dor pela morte de seu amor Rachel Dawes, oito anos se passam, até que o Homem-Morcego é obrigado a voltar à ativa quando o líder terrorista Banechega à Gotham City trazendo o caos e destruindo tudo a sua frente.

O interessante do roteiro escrito pelo próprio Christopher Nolan, seu irmão Jonathan Nolan e David Goyer é o que o diferencia de qualquer filme de super-herói, pois carrega uma carga dramática com enfoques em bons diálogos que a pancadaria, não que ela não esteja bem presente e otimamente coreografada, vira quase algo que não precisaria ter no filme para que saíssemos da sala de cinema apaixonados pelo filme. Tem todos elementos possíveis de um bom filme, a carga dramática pesada, alguns alívios cômicos bem de leve, tem altas emoções para que torçamos para dar certo e claro tem um bom vilão, ainda que o Coringa fique eternizado como o melhor de todos, que nos faz ficar com ódio e torcendo para se ferrar de uma forma colossal. Sem contar a quantidade de reviravoltas que tem no roteiro que é de brincar com a mente do espectador a todo momento.

As atuações estão colocadas na forma perfeita de ser fazer uma receita de bom filme. Todos os personagens você olha para eles e fala esse é o Batman, esse é o Gordon, esse é o Alfred, e por aí vai. E isso recai claro numa boa direção de atores, para que o elenco em si trabalhe para o filme. Como disse para alguns amigos, no segundo filme da trilogia o Batman mesmo acaba sumido no meio dos dois personagens principais que pra mim foram o Coringa e o Dent que transformaram o filme como sendo deles, agora nesse final apoteótico Nolan retorna o foco para Batman e Wayne assim como fez em Batman Begins e Christian Bale da conta completamente do recado sem exitar, fazendo uma interpretação dolorosa com momentos de alta emoção para sua atuação. Tom Hardy, embora irreconhecível atrás da máscara do Bane também tem diálogos ditos de forma bem impostada que a cada som emitido pela sua voz você fica com mais raiva dele. Gary Oldman faz seu Gordon de forma impecável de tal forma que o personagem veio crescendo na medida para ter sua penúltima cena mostrada através de um flashback incrível, que nem precisaria ser colocado, mas ajuda bem a quem não lembrar do primeiro filme. Anne Hathaway faz uma Selina "Mulher-Gato" que deixa todos os homens babando e quase pedindo para ser roubados por uma mulher daquela, claro sem precisar mostrar ela como uma gata e sim como uma gatuna que é a origem do personagem nos quadrinhos, e se seu pedido for aceito muito em breve pode protagonizar um filme solo da gatuna. Joseph Gordon-Levitt aparece bem no seu personagem e atua de forma correta e bem interessante, com falas precisas mostra que vem crescendo a cada filme que é colocado. Morgan Freeman não é tão aproveitado como nos outros filmes mas mesmo assim nas cenas que aparece mostra que é um tremendo de um ator, usando a sua comicidade sem precisar apelar para nada. Michael Caine também aparece pouco no filme, mas ficará na mente de todos como o Albert, sua cena final é muito boa e deixa um gostinho para se pensar. Marion Cotillard poderia ser melhor explorada, acabando sendo quase um personagem desnecessário, mas como seu personagem só é desenvolvido mesmo na segunda parte do filme ela consegue mostrar bem sua atuação nas cenas que está presente. Bom acho que dessa vez falei de todos os principais pois não tem como destacar um só, vale lembrar também da pontinha de Cillian Murphy, o espantalho dos filmes anteriores, que tenho certeza que caso Heather Ledge não tivesse morrido nessa cena que ele entra seria o Coringa no lugar. Outro ponto interessante é que Nolan trabalha em praticamente todos os seus filmes com um elenco fixo, alternando um ou outro ator, e isso é excelente, pois monta seu time.

A parte cenográfica do filme é impressionante, pois conseguiram mostrar uma cidade caótica completamente destruída pelo povo e por explosões que nem os filmes catástrofe conseguiram mostrar de forma tão real. Todo o visual é palpável de forma a se ver a degradação que quiseram mostrar. Os elementos visuais são diversificados de um modo que você pode sentir o ambiente. Os objetos computacionais inseridos tais como o veículo voador entre outros também estão bem encaixados com a história e não pagam gafe. A equipe de  efeitos especiais também trabalhou muito bem de forma que todos estão bem convincentes e fazem com que as explosões surtam como sendo extremamente reais. Como já fez em outros filmes Nolan colocou seu diretor de fotografia para trabalhar com uma paleta de cores bem escura o que poderia cansar mas pelo contrário o longa de quase 3 horas (2:45 para ser exato), passa quase imperceptível de rápido movimentando os olhos a todo momento para todo o canto sem pestanejar.

Um dos pontos de destaque do filme sem dúvida alguma está presente na trilha sonora de Hans Zimmer que faz algo que ecoa em nossos ouvidos ao mesmo tempo como uma lamúria e consequentemente emocionando em seguida. A cena na prisão é algo que arrepia só de lembrar, culminando em seu final num ápice de com certeza se emocionar. Fora as variações de uma trilha veloz, com outra lenta, encaixando momentos de silêncio absoluto que deixam o filme com sua cara. É com toda certeza uma trilha sonora para se ter em casa e ouvir repetidas vezes se lembrando do filme.

Enfim, poderia passar horas aqui escrevendo e falando sobre esse filmaço que pretendo ter em minha coleção sem dúvidas alguma, mas se falar muito mais estragaria com algum spoiler e estragaria a sessão de muitos que falo e peço que vejam o filme no cinema, pois vale cada centavo pago para se ver inclusive na maior tela possível e no melhor som que tiver em sua cidade, faça essa escolha e não se arrependerá. Ficamos agora na espera do que esse nobre senhor chamado Christofer Nolan vai nos trazer em breve, ficamos órfãos por enquanto de sua genialidade, mas seu desfecho foi excepcional e aqueles que não forem fortes o suficiente se prepare para se emocionar com tudo. Fico por aqui nesse único filme dessa semana, mas que valeu por vários. Abraços pessoal, desculpem o tamanho do texto e até breve.


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